domingo, 9 de maio de 2010

I

Corria tão rápido quanto conseguia, não podia evitar uma vez que toda a sua fúria havia dado início. Apenas a adrenalina poderia extingui-la até a última gota.

Corria tão rápido quanto conseguia, não podia evitar uma vez que toda a sua adrenalina havia começado a dominar o sangue. E até o final a última gota do seu sangue estaria dominada pela adrenalina.

Então Giulianna saltou jogando as pernas à frente... E derrubou sua caça.

Então Giulia saltou jogando as pernas para frente... E ultrapassou a barra.

Giovanna chegou à entrada da delegacia e Giulianna entrou no carro, ao seu lado, olhando Giulia pelo espelho interno. Ela sacudia a cabeça ao escutar a música que saia pelos fones de ouvido.

- Parece que teve um bom dia hoje, Giulia. – Giulianna.

- E você também. Ei! – Giovanna.

Giulianna curvou-se sobre ela para buzinar.

- É só pra ver se Giulia acorda. – Giulianna.

- Oi Giul. – Giulia.

- Oi. O meu dia realmente não poderia ter sido melhor.

- E isso no seu braço? – Giovanna.

- Nada que precise de representação judicial. Não passa de um acidente de trabalho.

- Puxa, acidentes no meu trabalho podem deixar alguém no hospital... – Giulia.

Ela aumentou o volume e deixou os fios pendurados no colo.

- Na minha profissão não supera a grafia equivocada de um vocabulário. – Giovanna.

- ...equivocada de um vocábulo... Por que não diz logo escrito errado ou por um analfabeto? – Giulianna.

- Por não serem aceitáveis.

- Se eu falasse nesses termos no ginásio seria como se eu viesse de outro planeta. – Giulia.

- Estes ‘termos’ não servem para que a apresentação seja clara quato a necessidade de um julgamento.

- Resumindo: Tudo será usado contra você no tribunal.

Giulia destrancou o portão enquanto Giulianna abria a porta e Giovanna saltava por cima de Áscaris, Xiang e Hou. O seu porco indiano, o ramster de Giulianna e o filhote de labrador de Giulia, respectivamente.

- Calma, calma... Vai machucá-los! – Giulia.

- Está apertada todo dia, tem que ir ao banheiro antes de sair do serviço. – Giulianna.

- Eu vou, mas sempre saio antes de vocês. Lembram, fofoqueiras? – Giovanna.

- O que eu mais quero é um banho. Você vem Hou? – Giulia.

- Já que você vai dar banho nesse pulguento deixa eu tomar banho primeiro. – Giulianna.

- Nada feito.

- Por que você tem que dar banho no Hou todos os dias? – Giovanna.

- Está calor! E Hou adora tomar banho. Não é mesmo Hou? Quem é o meu bebê? Quem é o meu bebê?

- Ele está agitado porque está com fome, e não porque está com calor ou é o seu bebê.

- Estou no banho. – Giulianna.

Ela passou no corredor já com toalha e xampu em mãos.

- Quando der comida ao Hou dê meia maçã ao Xiang, por favor. – Giulianna.

- Dê meia ao Áscaris também. Estarei em meu escritório. Obrigada. – Giovanna.

- Duas folgadas, não é Hou? Quatro folgados. – Giulia.

Ela beijou o rosto do animal e colocou-o no chão antes de ir para a cozinha, atravessando a sala.

- Xiang e Áscaris, se querem comer é melhor virem até aqui. – Giulia.

Giulia foi para o banho em seguida a Giulianna e deixou a porta aberta, por onde Hou entrou pouco depois e brincou de desfiar o tapete. Giovanna entrou e foi para o chuveiro, no mesmo cômodo, importando-se mais com o tapete que era desfeito do que com Giulia ali presente.

Enquanto isso era Giulianna quem preparava o jantar, como gostava, muitos carboidratos e uma salada, embora de macarrão, para Giulia.

Jantaram juntas e por fim Giovanna foi para a banheira relaxar com o fim de mais um dia, por isso não escutou o celular de Giulianna tocar. Ela colocou Xiang no bolso do robe e atendeu.

- Alô. – Giulianna.

- Giul... Giul, o ga... – Miguel.

Um estampido forte se seguiu e não escutou mais vozes, mas já havia identificado a pessoa.

- Miguel. Miguel, você está aí? – Giulianna.

- O que foi? – Giulia.

- Miguel, fala comigo! O que está acontecendo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário