sábado, 17 de julho de 2010

IX

Giullia estava na garagem de casa e fechou-a assim que o carro entrou. Giulianna parecia irritada ao abrir a porta traseira do carro.

- Pensei que estivesse de folga. – Giovvana.

- Pra fora, agora. – Giulianna.

Vicente saiu, olhando as duas mulheres que desconhecia, e virando-se para a porta trancada da garagem.

- Valeu mesmo, investigadora. Agora eu preciso ir. – Vicente.

- Você não vai a lugar algum! Vai me contar tudo e vai contar agora! – Giulianna.

Ela arrastou-o para dentro, para a sala de jantar, e o fez sentar-se.

- Espere, ele não devia estar aqui? – Giovvana.

- Não! – Vicente.

- Tem que estar, sim! Porque fugiu da delegacia e entrou no meu carro. Então, se quer me encrencar o faça por completo. Conte-me tudo. – Giulianna.

- Espera lá. O que está acontecendo? – Giullia.

- Giulianna, você trouxe um menor, sob custódia da polícia, sem autorização? – Giovvana.

- Agora não tem mais como me fazer passar por louca. Tem duas testemunhas que te escutaram falar. – Giulianna.

- Desculpe por isso, eu não queria te prejudicar. – Vicente.

- Por que te perseguiram, por que te seqüestraram, e por que fugiu da delegacia?

- Eu... Procurava você. Mas eles... Eles não sabem.

- Por que a procurava? – Giullia.

- Você é menor de idade, não tem que responder nada sem um advogado ou os seus responsáveis. – Giovvana.

- O que não sabem? – Giulianna.

- Vou telefonar para a delegacia.

- Dá um tempo, Gio! Quem são eles?

- Eu não sei bem! Mas eles não sabem que eu... Estava procurando por você! – Vicente.

Giovvana baixou o fone sem terminar de discar e se aproximou.

- O que quer comigo? – Giulianna.

- Miguel. Ele disse para que eu a procurasse porque... Poderia me ajudar, também... – Vicente.

Ela cerrou os dentes e se obrigando a ficar calma sentou-se à mesa também.

- Miguel. – Giulianna.

- Sim. – Vicente.

- Ele está morto.

- Eu sei.

- Por que... Você o conhecia?

Pensando melhor ela levantou-se mais alterada.

- Sabe quem o matou? O que sabe? – Giulianna.

Os gritos afastaram Hou que foi para o quarto de sua dona.

- Eu não sei muito, só que... Miguel mandou eu ter cuidado, e te procurar... Ele gosta... Gostava muito de você e... Não quis te levar problemas... – Vicente.

Giulianna voou no pescoço dele, assustando-o. Giullia precisou intervir rápido, pouco antes de Giovvana.

- Fala quem o matou! Diga ou acabo com você, seu pivete! – Giulianna.

- Solte ele, Giul. – Giullia.

A ginasta, com sua força, conseguiu fazê-la soltá-lo e Giovvana afastou o garoto assustado para o outro lado da sala.

- Giulianna, acalme-se. Eu vou ligar para o delegado do seu distrito. – Giovvana.

- Eu não vou dizer nada à polícia, não importa o quanto insistam. – Vicente.

A agente acalmou-se de repente, foi o que lhes pareceu.

- A polícia matou Miguel? – Giulianna.

- Eu não sei... Não sei dizer isso. Mas... Ele não me mandou procurá-los, e sim à você. Por isso, se você não puder ou quiser me ajudar, eu me viro sozinho. – Vicente.

Ele ia dirigir-se à porta, mas a mão de Giovvana foi firme.

- O senhor não vai a lugar algum. Qual o seu nome? – Giovvana.

- Eu não vou... – Vicente.

- Giovvana, muito prazer.

-Giullia. – Giullia.

- Você está com... 14, 16 anos. Qual era a sua relação com o agente Miguel. Difícil acreditar que, porventura, seja seu filho. – Giovvana.

- Miguel não tem filhos. – Giulianna.

- Um fora do casamento. Miguel é... Novo demais para ser seu pai, e você muito velho para ser filho dele. Seu tio, vizinho...

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